A Secretaria da Justiça (Sejus) do Espírito Santo conquistou o 1º lugar na categoria Ambiental, Social e Governança (ASG/ESG) do 5º Prêmio Conexão Inova, com o projeto “Tecpris: Robótica e educação ambiental na formação de pessoas presas”. A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira (04), em Belo Horizonte (MG), e reuniu mais de 2.200 projetos inovadores de todo o país.
Voltado para internos estudantes do sistema prisional capixaba, o Tecpris promove a formação em robótica, pensamento computacional e sustentabilidade, com a reutilização de resíduos e a transformação de garrafas PET em insumos para impressão 3D. O projeto nasceu da tese de doutorado do servidor Fábio Ventorim Siqueira, do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), e já está sendo ampliado pela Subgerência de Educação nas Prisões.
O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, comemorou a premiação: “Estamos mostrando ao Brasil que é possível construir um sistema prisional mais humano com soluções criativas e eficientes.”
Outro projeto da Sejus, o “Identifique-se” — vencedor do Inoves 2024 — também foi finalista e ficou em quarto lugar na premiação nacional.
A conquista da Sejus no 5º Prêmio Conexão Inova vai além de um simples reconhecimento: trata-se de um marco na forma como o poder público pode transformar realidades dentro do sistema prisional brasileiro. Em um cenário historicamente marcado pela exclusão, o projeto Tecpris surge como símbolo de uma política pública que enxerga a educação e a sustentabilidade como ferramentas concretas de ressocialização.
Não se trata apenas de ensinar robótica ou reciclar materiais — embora isso já seja por si só revolucionário. O que está em curso é a construção de uma nova narrativa: a de que pessoas privadas de liberdade podem, com acesso ao conhecimento e ao estímulo certo, reconstruir suas trajetórias. Ao investir em formação técnica e consciência ambiental, o Estado cria oportunidades reais de reintegração social, reduzindo a reincidência criminal e promovendo cidadania.
Além disso, o destaque em um prêmio nacional reforça o papel do Espírito Santo como referência em inovação no serviço público, mostrando que políticas sérias, quando bem estruturadas, podem romper ciclos históricos de abandono institucional.
Iniciativas como o Tecpris e o Identifique-se mostram que o Estado pode ser agente de transformação — não apenas de punição. E é exatamente isso que faz da premiação uma notícia que merece ser celebrada: ela aponta um caminho possível e necessário para a reconstrução do pacto entre o poder público e a dignidade humana