Junho Verde: operação ambiental resgata 27 aves silvestres na Serra e escancara drama do cativeiro ilegal
Na manhã desta sexta-feira (13), a Polícia Militar Ambiental deu um passo firme na defesa da fauna brasileira. Em ação conduzida pelo Comando de Operações Táticas em Mata Atlântica (COTAMA), 27 aves silvestres foram resgatadas de um cativeiro ilegal no bairro Jardim Carapina, na Serra — uma ferida aberta na luta pela preservação ambiental.
A operação integra o Junho Verde, iniciativa que tem intensificado fiscalizações ambientais em todo o Espírito Santo. No local, os policiais avistaram gaiolas expostas na área externa da residência. A abordagem ao morador confirmou o que infelizmente já se tornou rotina: ausência de autorização legal, nenhuma licença e um desconhecimento (ou descaso) quanto à ilegalidade da prática.
Entre as espécies encontradas estavam trinca-ferros, canários-da-terra e coleiros — aves conhecidas por seu canto e presença marcante na natureza brasileira. Mas o que deveria ser admirado à distância, em liberdade, vinha sendo reduzido a um espetáculo aprisionado, em nome de caprichos pessoais.
Todos os animais foram recolhidos com o devido cuidado e encaminhados para triagem veterinária, com a esperança de que possam retornar ao seu habitat natural. O responsável foi autuado com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) e responderá em liberdade.
Mais do que uma ocorrência pontual, a ação levanta um debate urgente: até quando a criação ilegal será tratada como “tradição”? O tráfico e o cativeiro de animais silvestres não são apenas crimes, são agressões diretas à biodiversidade, à educação ambiental e à ética coletiva.
A Polícia Ambiental reforça que manter animais silvestres sem autorização é crime, sim — e deve ser combatido não apenas com fiscalização, mas com consciência social. O Junho Verde segue em campo, mostrando que proteger o meio ambiente não é bandeira ideológica — é dever civilizatório.
