Olhos que não dormem: Espírito Santo aposta em videomonitoramento inteligente para conter fugas e reforçar segurança prisional

Num movimento silencioso, porém estratégico, a Secretaria da Justiça do Espírito Santo está redesenhando a vigilância no sistema prisional com a incorporação de um aliado que não pisca: a inteligência artificial. Com a instalação de videomonitoramento perimetral em mais dois Centros de Detenção Provisória — Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim — o Estado avança sobre os pontos de maior vulnerabilidade, expandindo uma vigilância que não descansa.
Trata-se de um investimento robusto: R$ 10 milhões destinados à aquisição de 80 câmeras de alta tecnologia, com sensores infravermelhos, microfones embutidos e algoritmos capazes de identificar, em tempo real, sons, movimentos e padrões suspeitos. Uma sentinela digital que não apenas vê, mas escuta e interpreta.
A prioridade foi dada a unidades fora de complexos prisionais, geograficamente mais expostas e, portanto, mais suscetíveis a fugas e ações coordenadas do crime organizado. Ao lado do CDP da Serra, que estreou a tecnologia no mês anterior, as unidades de Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim agora se somam à linha de frente tecnológica no enfrentamento à criminalidade.
A expansão continua: Marataízes, São Domingos do Norte, Linhares, PEVV1, PEVV2 e as Penitenciárias de Segurança Máxima 1 e 2 são as próximas na lista. E mais: a Secretaria já projeta uma central de monitoramento remota, integrada ao Ciodes, para garantir resposta imediata e articulada diante de qualquer ameaça captada pelas câmeras.
“O objetivo é transformar o sistema prisional em um ambiente menos vulnerável e mais integrado à inteligência de segurança pública”, explicou o gerente de TI da Sejus, Rodolfo Nascimento.
Não se trata apenas de tecnologia, mas de uma mudança de paradigma: do vigilante humano exausto ao algoritmo incansável; da ação reativa à prevenção calculada. Em tempos em que os olhos precisam estar mais atentos do que nunca, o Espírito Santo aposta na precisão digital para vigiar onde o olhar humano já não alcança sozinho.